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terça-feira, 3 de outubro de 2006

O Diabo veste Prada

Baseado no best-seller de Lauren Weisberger, “O Diabo veste Prada” mostra um pouco do mundo da moda. A autora do livro trabalhou como assistente da editora da revista Vogue americana Anna Wintour, que comanda a revista há quase 20 anos e é uma das figuras mais importantes e influentes no meio. Apesar disso, a autora jura que não baseou sua obra na sua experiência real, mas é impossível não ver as semelhanças. A adaptação para os cinemas ficou ao cargo do diretor David Frankel, que já possui certo conhecimento na área por ter dirigido alguns episódios da série de tv “Sex and the city”.

Na história Andrea Sachs (Anne Hathaway) é uma jovem do interior, recém-formada em jornalismo que está em busca de um emprego. Acaba se arriscando numa vaga de assistente de Miranda Priestly (Meryl Streep), uma poderosa editora de uma grande revista de moda. O problema é que Andréa não sabe nada sobre o assunto, mas mesmo assim consegue o emprego que muitas meninas sonhariam em ter. Andréa vê esse emprego com uma boa oportunidade para o seu currículo para depois conseguir algo melhor, pois seu objetivo é escrever para alguma revista de conteúdo mais “sério”.

Andrea então começa a viver o inferno com as tarefas da sua chefe. Para não dar o braço a torcer, ela resolve se empenhar no seu cargo. Eis então que como um passe de mágica e com a ajuda de Nigel (Stanley Tucci), um dos empregados da revista, ela faz um “banho de loja” e uma visita ao salão de beleza, se transformando por completo.

Totalmente tomada pelo seu trabalho, seus amigos e principalmente seu namorado, Andrea começa a sofrer pressões. Conseguirá ela sobreviver ao trabalho sem perder seus amigos e também deixar de ser quem ela era?

A verdade é que antes de assistir o filme, eu imaginava que a personagem Andrea iria acabar sucumbindo ao mundo da moda ao ponto de virar uma pessoa fútil e só se importar com as aparências. Mas a meu ver ela simplesmente resolveu levar o trabalho a sério, isso inclui ficar por dentro e se vestir de acordo com a moda, simplesmente pensando em algo maior que era conseguir um real bom emprego com essa experiência. Mas parece que os amigos dela no filme não pensam assim. Isso acabou me incomodando um pouco, mas nada que comprometa a história.

No final das contas a história acaba tendo um tom de conto de fadas, mas nem por isso não deixa de ter um pouco de “real” em seu contexto. Não deixa de ser uma ironia, bastante leve, ao mundo da moda, e também do mercado de trabalho competitivo e estressante do mundo moderno. A Andrea acaba virando uma típica “workaholic”. Um filme leve e divertido, e nem por causa disso sem algum conteúdo. Afinal de contas as fábulas sempre acabam tendo algum tipo de lição de moral.

Agora o grande destaque mesmo do filme fica por conta de Meryl Streep. Sua atuação como Miranda é simplesmente espetacular. Anne Hathaway também está muito bem, ainda mais com certa experiência em papéis de “conto de fadas” (como em “Diários de uma Princesa”). Outro ponto de destaque é a trilha sonora, principalmente por ter músicas de Madonna. A cena da transformação de Andrea ao som de “Vogue” é fantástica. Vale também citar a participação da modelo (dando uma de atriz mais uma vez) Gisele Bündchen, num papel bem mais digno do que ter sido a vilã de “Táxi”.

E claro não poderia deixar de citar o principal, que são as roupas. Para as mulheres e fãs da moda vai ser um deleite ver o figurino do filme. Sem falar também de certa aula sobre moda. Para aqueles não entendem nada do assunto quem sabe podem acabar se informando ou até quem sabe querer saber mais a respeito. Só não vale querer ir fazer compras depois da sessão, ou então correr até a banca de revista mais próxima para comprar a edição mais nova da Vogue, ou alguma outra revista de moda. E será que se acha uma bolsa Prada aqui em Salvador? Pelo preço que ela custa, acho que não.

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