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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

A Hora Mais Escura

Título Original: Zero Dark Thirty (EUA , 2012)
Com: Jessica Chastain, Jason Clarke, Reda Kateb, Jennifer Ehle, Kyle Chandler, James Gandolfini, Joel Edgerton, Harold Perrineau, Nash Edgerton, Chris Pratt, Mark Strong, Mark Duplass, Edgar Ramirez, Fares Fares e Stephen Dillane
Direção: Kathryn Bigelow
Roteiro: Mark Boal
Duração: 157 minutos


Nota: 5 (excelente)

A diretora Kathryn Bigelow e o roteirista Mark Boal repetem a parceria bem sucedida do filme “Guerra ao Terror” em um novo trabalho que tem mais uma vez a guerra como pano de fundo. Em “A Hora Mais Escura” iremos acompanhar a jornada de uma agente da CIA chamada Maya (Jessica Chastain) em busca do famoso terrorista Osama Bin Laden.

A ideia inicial do filme seria mostrar os 10 anos da fracassada caça dos EUA a Bin Laden, mas quando o presidente Obama anunciou em 2011 que o terrorista havia sido morto isso acabou virando a história do filme.

Boal descobriu através de pesquisa com suas fontes dentro da comunidade da inteligência do EUA que mulheres tinham tido um papel fundamental na operação. Então ele começou a trabalhar no roteiro criando essa personagem feminina. Para Bigelow seria a história ideal a ser contada já que ela sempre viveu num ambiente machista e fez história ao ser a 1ª mulher a ganhar o Oscar de melhor diretor.

O filme poderia ser descrito apenas como a história por trás da caçada a Bin Laden, mas ele é muito mais do que isso. É um retrato bem interessante de como funciona a guerra nos dias atuais. E de como as coisas teoricamente mudaram no decorrer dos 10 anos dessa operação graças a mudança de governo nos EUA.

Quando chega no Paquistão para começar seu trabalho a primeira coisa que Maya faz é se dirigir ao seu novo posto de trabalho em uma sala empoeirada onde ela se senta na frente de um computador. Assim como o personagem do desarmador de bomba vivido por Jeremy Renner em “Guerra ao Terror”, Maya também vive apenas do trabalho. Encontrar Bin Laden acaba virando algo pessoal.

Apesar de nós sabermos o final da história, a morte de Bin Laden, Bigelow e Boal conseguem construir uma narrativa cheia de tensão e suspense de maneira brilhante e bastante inteligente com um olhar bem interessante nos detalhes da operação. Mas mais do que isso, ao mostrar o drama e o esforço pessoal da protagonista que acaba falando mais alto do que a operação de busca ao terrorista.

Inclusive a parte do final que mostra a invasão da casa onde o terrorista estava escondida é sensacional. É de deixar muito filme de ação e de guerra no chinelo. A duração dela é bem parecida com o tempo da operação real tamanho o realismo.

E nem achem que o filme é patriota. No início ouvimos algumas gravações de pessoas presas no World Trade Center no 11 de Setembro com uma tela escura. Logo depois já acompanhamos uma cena de tortura de um prisioneiro. Parece que os EUA não são tão diferentes dos “terroristas”.
Inclusive essas cenas de tortura geraram polêmica com direito a investigação da CIA aos produtores e envolvidos no filme para saber de onde eles tiraram esse fato já que o país nega que faça esse tipo de procedimento. Tem até uma cena do filme ironizando isso quando é exibida uma cena real de uma entrevista de Obama negando a tortura enquanto a personagem Maya faz uma cara de desaprovação.

2 comentários:

Tucha disse...

Vi o filme ontem, achei que não ia gostar mas gostei, o roteiro está bem estruturado e o foco no papel feminino na investigação foi o destaque. As mulheres nos filmes tradicionais de espionagem geralmente são as sedutoras do agente.

Marcio Melo disse...

Ainda acho que os meios que justificam os fins americanos apresentados não são eticamente interessantes, não em minha opinião e visão.

Mas não deixa de ser realmente um filme bem estruturado e uma ótima produção cinematográfica. 5 Estrelas, excelente? Para mim chega a tanto.