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quarta-feira, 5 de junho de 2013

Faroeste Caboclo

Título Original: Faroeste Caboclo (Brasil , 2013)
Com: Fabrício Boliveira, Isis Valverde, Felipe Abib, César Troncoso, Antonio Calloni, Alex Sander, Marcos Paulo, Cinara Leal e Rodrigo Pandolfo
Direção: René Sampaio
Roteiro: Victor Atherino e Marcos Bernstein
Duração: 105 minutos


Nota: 2 (regular)

Se adaptar uma obra literária já é algo complicado, o que dizer sobre adaptar uma música para o cinema. Assim o diretor René Sampaio teve a difícil tarefa de transformar em filme a canção “Faroeste Caboclo” da banda Legião Urbana. Em 9 minutos Renato Russo narra a história de João de Santo Cristo, mas em 105 minutos de filme temos apenas um pouco da “essência” dessa história.

O roteiro acerta em tentar fazer uma história menos “fantástica” do que a canção, então não temos por exemplo a cobertura televisiva do duelo entre João e Jeremias. E como a música é bastante conhecida, então o final trágico já é conhecido. Dessa forma o filme já começa mostrando o duelo para depois voltar e contar como os personagens chegaram nessa situação.

Apesar de respeitar bastante a música, algumas mudanças foram necessárias para tornar a história mais fluida e não apenas um longo videoclipe mostrando os fatos narrados em forma de imagem. Algumas ficaram boas, outras nem tanto.

A construção dos personagens é um problema. O filme deixa em segundo plano a questão social para apostar no romance entre João e Maria Lúcia. E é justamente aí que fica o principal problema. A culpa fica em parte pelo roteiro, mas principalmente pelos protagonistas. Fabrício Boliveira (João) e Isis Valverde (Maria) não funcionam juntos. Falta química entre os 2 e carisma.

O restante do elenco é bem regular e todos soam um pouco caricatos, principalmente Antonio Calloni como um policial corrupto. O único destaque fica com Felipe Abib que sempre rouba a cena como o vilão Jeremias.

Na parte técnica o filme vai bem, com uma boa fotografia e trilha sonora , mas em alguns momentos a edição incomoda com umas idas e vindas sem necessidade na primeira parte da história.
2013 ficou marcado por adaptações de filmes envolvendo Renato Russo e Legião Urbana. E nesse aspecto o filme “Somos Tão Jovens” leva a melhor por mais divertido e ter um elenco mais carismático, principalmente os protagonistas.

Mas a melhor comparação que deve ser feita com o filme é com outro que chegou aos cinemas em 2013: “Django Live”. Fiquei imaginando como seria se Quentin Tarantino fosse o diretor de “Faroeste Caboclo”, já que o cara é especialista em filmes de vingança e mandou bem num faroeste protagonizado por um negro.

Deixando meus “devaneios” de lado a conclusão é que “Faroeste Caboclo” até tinha potencial para ser pelo menos bom, mas a escolha errada dos protagonistas, principalmente da mocinha da história, acabam fragilizando e deixando os problemas falarem mais algo que os acertos.

4 comentários:

Tucha disse...

Vi o filme ontem e concordo em muito com os seus comentários. De todo modo o filme merece ser visto.

Marcio Melo disse...

Acho que essa música não foi tão difícil de interpretar assim não man, até porque ela é uma historinha contada em quase 10 minutos.

Quanto ao filme concordo em partes contigo, deixa realmente a desejar mas, ainda assim, achei melhor do que "Somos Tão Jovens".

Vale como homenagem, não sei se vale tanto a ida ao cinema.

Unknown disse...

Eu não concordo em alguns pontos! Achei o filme umas 10x melhor que o Somos tão jovens. Tmb achei q as idas e vindas na história enriqueceram na construção da identidade do personagem principal, além de outras coisas. De qualquer forma, vale muito a pena assistir!

Tebaldi disse...

Concordo com a crítica e ainda digo mais: esse filme faltou uma direção mais forte, que emocionasse mais... Parece que o filme inteiro é "morno". Quentin Tarantino, com Django Livre e Os Oito Odiados em seu currículo, sabe bem fazer um filme nesse estilo, então creio que um cara como ele estaria mais capacitado... Para diretores brasileiros, talvez o de Cidade de Deus?