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domingo, 6 de julho de 2014

O Homem Duplicado

Título Original: Enemy (Canadá , 2014)
Com: Jake Gyllenhaal, Sarah Gadon, Mélanie Laurent, Isabella Rossellini e Stephen R. Hart
Direção: Denis Villeneuve
Roteiro: Javier Gullón
Duração: 90 minutos

Nota: 4 (ótimo)

O filme “O Homem Duplicado” reúne novamente o diretor Denis Villeneuve e o ator Jake Gyllenhaal após o excelente trabalho juntos em “Os Suspeitos”. Aqui temos a adaptação do livro de José Saramago em uma história cheia de simbolismos que irá deixar o espectador pensando o que o filme quis dizer ou então simplesmente achar ruim por não dar respostas fáceis e soar “maluco”. Eu fiquei com a primeira opção.


Iremos conhecer Adam (Gyllenhaal) um professor universitário que vive uma vida bem comum. Um dia ele quebra essa rotina comum e segue o conselho de um colega de trabalho ao assistir um filme. Ele acaba descobrindo uma pessoa igual a ele. Ele fica sem entender pensando em explicações e resolve ir atrás do cara. Então entra na história Anthony (também interpretado por Gyllenhaal). Seriam eles irmãos gêmeos separados no nascimento, clones, a mesma pessoa… ? Não espere respostas e explicações fáceis. Aos poucos o roteiro vai dando pistas e sugestões do que pode estar acontecendo.

A trama toca em temas muito interessantes sobre a personalidade das pessoas falando sobre rotina e o medo em fazer algo diferente ou de mudar. É mais fácil encarar isso encontrando alguém exatamente igual a você? Ou melhor, o que você faria se encontrasse alguém literalmente igual a você?

A história se passa em Toronto no Canadá e o visual da cidade acaba sendo mais um personagem dentro do filme com sua arquitetura cheio de prédio enormes e alguns bem parecidos uns com os outros. Ou seja, algo bem comum assim como Adam.

A trilha sonora ajuda a criar um clima pesado e de tensão funcionando muito bem ao criar o tom necessário para a história. A edição também é interessante ao mostrar em alguns momentos algo parecido com o piscar dos olhos como se o personagem estive piscando para realmente acreditar no que está acontecendo.

Gyllenhaal faz um excelente trabalho na construção dos personagens e é muito bom ver a diferença de personalidade entre eles. Ele mostra mais uma vez seu talento como ator. O elenco conta também com boas atuações de Sarah Gadon (Cosmópolis) e Mélanie Laurent (Bastardos Inglórios), além da participação especial de Isabella Rossellini.

O diretor Denis Villeneuve faz mais um ótimo trabalho que constói uma história cheia de mistério e tensão de maneira inteligente sem abordar o tema de maneira óbvia e comum resultando num ótimo filme.
Ao final da sessão algumas respostas ainda ficam no ar e a explicação para o que realmente aconteceu fica a critério de cada um. Caso tenha achado interessante uma boa opção é correr atrás do livro de Saramago. Um bom texto fazendo paralelo entre o livro e o filme pode ser encontrado no blog Crítica (non)sense. Ou quem tiver interesse em ler uma análise mais completa sobre os simbolismos do filme após ter assistido leia essa crítica de Pablo Villaça do site Cinema em cena.

2 comentários:

Tucha disse...

Vi o filme e junto com todos que o viram, ficamos um tempo sentado após os créditos, cheios de ??? Li seu comentário e os lincados, enfim algumas pistas para compreensão. Tudo bem que uma obra de arte pode deixar algumas interpretações para o receptor, mas tantas? Enfim...

Marcio Melo disse...

Achei um bom filme e o interesse que ele deixa no ar de discutir sobre a sua mensagem é interessante.

Pena que fique parecendo que falta algo, por isso me deixou com uma curiosidade em relação ao livro, por mais que eu saiba que ele também não explica tudo