propaganda

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Jogos Vorazes: A Esperança - Parte 1

Título Original: The Hunger Games: Mockingjay - Part 1 (EUA , 2014)
Com: Jennifer Lawrence, Josh Hutcherson, Liam Hemsworth, Woody Harrelson, Philip Seymour Hoffman, Julianne Moore, Willow Shields, Sam Claflin, Mahershala Ali, Jeffrey Wright, Stanley Tucci, Jena Malone, Elizabeth Banks, Natalie Dormer, Elden Henson, Wes Chatham e Donald Sutherland
Direção: Francis Lawrence
Roteiro: Peter Craig e Danny Strong
Duração: 123 minutos

Nota: 4 (ótimo)

Até agora “Jogos Vorazes: A Esperança - Parte 1” é o filme mais interessante da série Jogos Vorazes. Ao não ter que “perder tempo” com as cenas de ação dos jogos a história consegue focar no que ela tem de mais interessante que são os personagens, principalmente a protagonista Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence), e a trama política. Por mais que no final das contas tenhamos um filme voltado mais para o público adolescente, é bom ver aqui uma história inteligente e interessante que foge dos clichês atuais do gênero.


Infelizmente um dos clichês que ele não consegue fugir é o fato de terem dividido o último filme em duas partes. Obviamente que o objetivo principal disso seja faturar ainda mais com a franquia, até que no final das contas pode ter sido uma decisão acertada. Pelo menos na primeira parte foi possível ver que o diretor Francis Lawrence teve tempo para explorar melhor a trama. Ele assumiu a franquia no filme anterior (Jogos Vorazes - Em Chamas) e apesar de ser um diretor mediano tem feito um bom trabalho por aqui. E nessa parte da história podemos ver passagens mais contemplativas vendo os personagens tendo tempo para refletir seus pensamentos e também uma maior exploração do potencial político da trama.

Como vimos no filme anterior, Katniss foi resgatada no meio dos jogos e agora é a principal arma dos rebeldes para derrubar a Capital do controle. Aí vem o mais interessante da trama. Normalmente o certo seria a protagonista ir lá e resolver tudo sozinha. Mas aqui o mais importante é usar a sua figura como incentivo para que os outros Distritos entrem na “revolução”. Aí o papel da presidente Alma Coin (Julianne Moore) do Distrito 13 junto com assessor Plutarco Heavensbee (Philip Seymour Hoffman) é importante nas estrategias de política e mídia para usar isso da melhor maneira possível. É ótimo ver Katniss dividida entre se deixar ser usada, por mais que ela concorde com os rebeldes. E o filme explora isso muito. Principalmente quando do outro lado temos Peeta (Josh Hutcherson) sendo usado para “acalmar” a situação em nome da Capital.
É interessante também ver a importância dos personagens secundários. Por mais que alguns pareçam ter menos tempo em tela que nos filmes anteriores, suas ações tem papel importante na trama. Aí vale destacar como a escolha do elenco do filme foi muito boa já que temos ótimos atores, como os já citados Moore e Hoffman, assim como Woody Harrelson, Stanley Tucci, Elizabeth Banks e Donald Sutherland, só para citar alguns.

Não temos mais o clima das cenas de ação e aventura dos Jogos que servia como clímax da história. Aqui o tom é mais cinza e sombrio. Isso é notado pelo visual do Distrito 13 que é bem simples e cinza onde as pessoas tem que usar uniformes. E temos também o clima de tensão gerado pelo conflito que é muito bem explorado como em outros bons filmes de guerra. Mas temos também uma ou outra cena de aventura, uma inclusive em que Katniss vira quase um Rambo envolvendo um helicoptero (lembram de Rambo 3?). Como ela não consegue funcionar de maneira artificial é preciso colocá-la em campo para que novas imagens sejam filmadas para serem usadas na propaganda pró rebelião. Suas frases ditas com naturalidade enquanto está em “ação” acabam virando palavras de guerra nos rebeldes.
Em resumo é ótimo ver como a história é bem construída em cima desse lado político e do conflito envolvendo também o uso da mídia e de imagens. É meio “assustador” o quanto isso é de alguma forma atual. E mais uma vez repito, isso vindo de um filme voltado para o público adolescente é muito bom. Finalmente aqui a franquia Jogos Vorazes mostra o real valor da sua trama. O jeito agora é esperar 1 ano para saber como tudo vai terminar. Espero que a conclusão seja tão interessante quanto essa primeira parte.

Um comentário:

Marcio Melo disse...

Ainda acho que faltou mais ação (e não digo de termos mais um 'jogos vorazes') mas de qualquer forma por tudo o que ele questiona e representa, ainda é uma obra bem acima da média