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terça-feira, 3 de março de 2015

Um Santo Vizinho

Título Original: St. Vincent (EUA, 2014)
Com: Bill Murray, Melissa McCarthy, Naomi Watts, Jaeden Lieberher, Chris O'Dowd e Terrence Howard
Direção e Roteiro: Theodore Melfi
Duração: 102 minutos

Nota: 4 (ótimo)

O filme “Um Santo Vizinho” tem uma história que lembra bastante “Um grande garoto”, livro de Nick Hornby que virou filme com Hugh Grant e Nicholas Hoult, e agora tem até série de tv. Mas o diretor e também roteirista Theodore Melfi conseguiu criar uma trama interessante que apesar do lugar comum e dos clichês constrói muito bem os personagens e fica difícil não gostar deles.

A escolha do elenco era o fator principal para definir o diferencial do filme e Melfi conseguiu atrair Bill Murray para o projeto. O ator tem feito escolhas bem interessantes e tem um jeito peculiar de arrumar trabalho. Ele não tem mais empresário e para entrar em contato apenas por telefone fixo onde ele tem uma secretária eletrônica para receber recados. Saibam mais sobre isso nessa reportagem. Sua presença como o protagonista Vincent faz a diferença.

Vincent é um homem grosseiro e rude que mora sozinho. Ele tem um jeito peculiar de afastar as pessoas. Quando uma mãe se muda com seu filho para a casa do lado ele acaba virando uma especie de babá do garoto. É a partir da relação entre Oliver (Jaeden Lieberher) e Vincent que a trama ganha força. A química e o carisma dos dois é muito boa. 
O roteiro as vezes parece não se definir se a história é um drama ou uma comédia mudando de tom de algo engraçado para algo mais sério, mas isso acaba funcionando mesmo que em alguns momentos soe um pouco irregular. O elenco acaba compensando. E é interessante que a trama até consiga escapar de alguns clichês, principalmente os de transformação dos personagens. Eles podem até passar por algum tipo de mudança, mas não necessariamente cheias de lição de moral. Talvez a única “lição” seja não julgar as pessoas por sua aparência sem conhecê-las de verdade. Tem a “piada” do título original, Santo Vincent, pelo fato do garoto estudar num colégio religioso, mas falar mais do que isso pode estragar a trama.

Murray é sem dúvidas o grande destaque e sua presença já vale a conferida no filme. Após fazer sucesso jovem como comediante de tv do Saturday Night Live e em filmes como “Os Caça Fantasmas” ele resolveu diversificar e trabalhar em projetos menores em busca de papéis mais interessantes. E tem conseguido isso sempre presente nos filmes de Wes Anderson (O grande hotel Budapeste) ou trabalhos independentes como “Encontros e Desencontros”. Aqui ele faz mais um ótimo personagem que apesar de todos os defeitos e o fato de ser extremamente ranzinza não tem como não gostar dele.
O restante do elenco também é muito bom a começar pelas participações de Melissa McCarthy (Missão Madrinha de Casamento, aqui num papel mais sério) como a mãe de Oliver e Naomi Watts (Birdman) como uma garota de programa russa que está grávida e presta serviços para Vincent. O garoto Jaeden Lieberher faz uma ótima estreia e como falei anteriormente consegue criar uma ótima química com Murray.

O diretor Theodore Melfi prova que é possível fazer um filme que mesmo passando pelo lugar comum consegue se diferenciar se for bem escrito e conseguir reunir um bom elenco, principalmente um protagonista como Bill Murray.

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