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terça-feira, 22 de setembro de 2015

Love

Título Original: Love (França, 2015)
Com: Karl Glusman, Aomi Muyock, Klara Kristin, Isabelle Nicou, Gaspar Noé, Frank Wiess e Norman Jacques
Direção e Roteiro: Gaspar Noé 
Duração: 135 minutos

Nota: 3 (bom)

A grande “piada” do filme “Love”, novo trabalho do diretor franco-argentino Gaspar Noé, é ser uma história de amor com bastante sexo. E sim, cenas de sexo reais e explícito como se fosse um filme pornô. Isso tudo em 3D num cinema comercial. Isso foi motivo suficiente para me deixar curioso em ir ao cinema assistir.


Existe ainda motivo para se chocar em ver cenas de sexo explícito em pleno 2015? Aparentemente sim tanto que redes de cinema como Cinemark e Cinépolis preferiram não exibir o filme. Por mais que com a facilidade da Internet tenha deixado assistir um filme pornô algo de fácil acesso, o cinema comercial parece ter ficado mais “acessível” e com isso sem muito sexo.

Agora quem for assistir ao filme pensando apenas nas cenas de sexo talvez se decepcione. Não que elas sejam ruins, apenas que o filme tem mais de 2 horas de duração e a pessoa terá que aguentar a “história” sem poder adiantar o video para a próxima cena xxx (risos).

Na verdade a melhor definição para o filme é mostrar “o quão triste a paixão pode ser”, nas palavras do próprio Noé em entrevista para a revista Rolling Stone. O personagem principal é Murphy (Karl Glusman), um jovem que tenta levar uma vida normal ao lado de Omi (Klara Kristin). Eles tem um filho pequeno. Um dia ele recebe o telefone da mãe da ex-namorada Electra (Aomi Muyock) que diz que a moça sumiu. A partir daí ele começa a lembrar dela e se dar conta de que ela era a mulher de sua vida.
A estrutura narrativa do filme lembra bastante o filme mais conhecido do diretor: “Irreversível”. A história de forma não linear com várias idas e vindas cabendo ao espectador ir aos poucos montando o quebra-cabeça da trama. Então iremos ver diversas fases do relacionamento do casal. Tudo isso com diversas cenas de sexo, é claro.

O resultado é bastante irregular. A duração do filme também não ajuda e acaba deixando a história um pouco arrastada. Já as cenas de sexo funcionam em parte. Na tentativa de fazer soarem bastante “reais” nem sempre funcionam como elemento narrativo servindo mais como preenchimento de espaço desnecessário. E como o tom da história é um pouco triste o sexo acaba não sendo tão excitante quanto poderia ser.

Os personagens são meio chatos também e não ajudam muito na história. Murphy é meio que um alter-ego do diretor. Ele é um estudante de cinema que vai estudar em Paris e diz “meu sonho é fazer filmes com sangue, sêmen e lágrimas”. Pela filmografia de Noé ele realizou o seu sonho.

O uso do 3D que deveria ser o grande diferencial acaba sendo útil em poucos momentos, como a maioria dos filmes comerciais no formato atualmente. Servem apenas para mostrar coisas “chocantes” como: olha esse pênis ereto ejaculando em sua direção (risos).
Se pensarmos num filme independente e de arte ele deixa um pouco a desejar por ser ambicioso demais sem conseguir alcançar por completo seus objetivos. Mas pelo lado comercial é interessante ver um filme com cenas de sexo explícito em 3D ser lançado nos cinemas. Ou seja, o resultado é um meio termo. É bom, tem uma boa idéia, mas poderia ter um resultado bem mais interessante e “excitante”.

2 comentários:

Marcio Melo disse...

Não sei, vou pelo caminho oposto. Já nem me pareceu tão interessante.

Tucha disse...

Vi o filme, sei lá perde um pouco a graça tanto sexo (kkk). E gera uma certa angústia as questões existenciais dos personagens, perdidos entre a paixão, o amor e o cotidiano.