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quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

The Post: A Guerra Secreta (The Post)

Jornal: uma empresa que deve dar lucro ou um meio de comunicação cuja principal função é informar o público? "The Post: A Guerra Secreta", novo filme de Steven Spielberg, nos lembra da importância do jornalismo. Ainda mais pensando na situação nos dias atuais, onde o jornal impresso está morrendo e o imediatismo das notícias é mais importante do que a apuração dos fatos ocorridos.

A protagonista, vivida por Meryl Streep, tem a difícil decisão sobre publicar ou não uma reportagem sobre o fato do governo dos EUA estar mentindo sobre a Guerra do Vietnã. O jornal The Post, um negócio de família que ela herdou após a morte do pai e o suicídio do marido, teve o capital aberto da bolsa, então caso a matéria seja publicada poderia influenciar negativamente nos investimentos da empresa. Um papel difícil que a atriz interpreta de maneira excelente.

A personagem na maioria das vezes é a única mulher em cena cercada por diversos homens. É interessante notar como no início Katharine Graham (Streep) parece tímida e não quer chamar a atenção quando está em uma sala onde ela é a única mulher. Mas com o desenrolar da narrativa ela percebe que precisa tomar uma atitude no meio da presença majoritária masculina e se impõe diante deles. Um dos momentos mais simbólicos do filme é quando Katharine sai de uma audiência na Suprema Corte e observamos ela passar diante de outras mulheres que a olham com orgulho. São pequenos detalhes como esses que o longa ressalta para nos mostrar a importância da presença da protagonista feminina na história.

A equipe do The Post é comandada pelo editor Ben Bradlee (Tom Hanks). Após a publicação de documentos secretos pelo New York Times, o governo americano proíbe que novas reportagens sejam publicadas por ele porque pode comprometer sigilo e prejudicar o país na guerra. Mas Ben enxerga nisso uma oportunidade para que o seu jornal consiga relevância e prestígio.
A maneira como o filme apresenta os integrantes da equipe investigando a notícia, correndo atrás dos documentos e das fontes é fascinante. A montagem é bastante ágil criando um ritmo frenético e de urgência na obtenção das informações. transformando a narrativa em algo dinâmico, algo louvável já que poderia ser algo burocrática e lenta. A câmera está sempre em movimento e indo atrás do personagens em diversos ângulos, resultado de um trabalho muito bom da fotografia. Na parte técnica, apenas a trilha sonora John Williams dá algumas derrapadas em forçar um clima de emoção artificial com temas grandiosos sem necessidade. Infelizmente esse é um dos defeitos de Spielberg na direção, quando ele tenta apresentar a narrativa de forma extremamente emotiva sem necessidade.

Mesmo romantizando os fatos em alguns momentos, “The Post: A Guerra Secreta” é eficaz em apresentar a situação de forma dinâmica e didática. Transforma uma história que poderia ser extremamente burocrática em algo ágil e interessante. O filme conta com ótimas atuações e uma parte técnica de ótima qualidade. Nem mesmo o "sentimentalismo" de Spielberg consegue atrapalhar o resultado final.

Classificação:

Título Original: The Post (EUA, 2017)
Com: Meryl Streep, Tom Hanks, Sarah Paulson, Bob Odenkirk, Bruce Greenwood, Sarah Paulson e Alison Brie
Direção: Steven Spielberg
Roteiro: Liz Hannah e Josh Singer
Duração: 116 minutos

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